terça-feira, 8 de janeiro de 2008

T'amo... t'adoro...

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

[Goo Goo Dolls – Iris]

Pois conseguiste. Conseguiste me ver.

...

Demora muito para sabermos o que queremos buscar. Demora o tempo de sonhar com aquilo que queremos encontrar.

Uma pergunta complexa de responder quando me é feita: “Quais são tuas pretensões? Que pensas em fazer?” Sozinho, tentei entender a confusão que me surgia à mente na hora de responder a essas questões. Sofri. Isso é recente. É difícil demais perceber que não existem sonhos estáveis de longo tempo alinhados por ti mesmo na tua senda. Sem sorriso no lábio, sem o habitual “abraço sem braços” que me ponho a dar nas pessoas que estão próximas, senti... e doía... Após instantes, extraindo o caldo doce da verdade acalentadora, percebi que não conhecia antes os motivos que me faziam não responder o que me era questionado: eu sempre estou fazendo o que quero pro futuro. Penso no que é de bom e no que virá e lá entramos. Mas... nem tudo... Em algumas coisas investi e investi sabendo que não trariam retorno. Foram escolhas furadas e escolhas conscientes. Até via graça nisso. Já aprendi: não tem graça, não.

O único sonho que nunca conseguia viver era o sonho da mulher perfeita. Sendo um guri, não tinha muita escolha a não ser sonhar (assim como todos). O tempo foi passando e passando e tive minha primeira namorada aos 21 anos. Primeiro beijo também. Esse namoro só me ajudou a perceber que a mulher com a qual eu sonhava era apenas um sonho, um sonho-conceito. Não viria, por certo. Assentei bases numa espécie de conformismo e continuei a me construir sustentado por essas pilastras frágeis. O restante todo de mim conseguiu firmeza em outros lugares, mas muitas das minhas certezas se acostaram aqui. Terminado esse namoro, continuei. Sou uma pessoa afetiva, gosto de me dar a alguém. Segui tentando e encontrei pessoa amiga e compreensiva. Acolheu-me e tivemos um namoro muito rápido quase inexistindo contato físico. Isso foi bom, muito bom. Continuamos amigos e isso me conforta. Mas não posso deixar de citar que sabia da não-estabilidade das coisas nesse período. Como pouco conhecemos do futuro, continuei. Aguardava o “sei-la-o-que” que viria. Sentia que deveria esperar. Algo como dois ou três anos. Felizmente, não houve esse tempo: houve a “Temporizadora”. Não pensei nisso durante os 10 primeiros minutos em que a vi existindo, mas foi só. Depois disso a idéia era inconfundível: era o sonho-conceito qu’eu não pensava surgiria, era a mulher dos meus sonhos. Inteligente, interessada em pensar, estável, definida, participativa, cativante, destemida, consciente, empática e... distante... muito distante... tão longe que tinha certeza de não a alcançar...

Mas não podia ser! Era ela! Não a deixaria passar, em hipótese alguma, NÃO!

Ela me estendeu a mão como que sabendo o mesmo que eu: teríamos que ser, juntos. Era o que queríamos sem o poder definir e o declarar (até mesmo um para o outro).

Conversas consecutivas por MSN e um toque que me deixaria hipnotizado se não fosse lúcido. Acometido de paixão não sabia fazer nada sem pensar nela. Decisões tomadas sempre a considerando. O que me deixou perplexo foi em uma das manhãs de nossas conversas, em meia-dúzia de palavras minhas (as primeiras que trocávamos n’aquele dia) ela perceber qu’eu não estava bem!

Por MSN é tudo tão mais distante ainda e nada substitui o estar-junto. Estivemos juntos, portas definidas agora.

Instabilidades surgiram, mas ela não desistiu do que havia começado comigo. Instabilidade logo dois dias após termos determinado o início. Ela não desistiu.

Ela me invitou a passar o reveillon com ela. Não pude resistir e fui.

FORAM OS MELHORES DIAS QUE JÁ TIVE.

Sabe o que esse dias me mostraram? Que essa mulher-conceito não era mais um conceito: ela existe. E me quer junto dela. Quer-me em verdade.

Amar, verdadeiramente amar... a gente acha que nunca virá... amor e paixão...

Esse sentimento é antigo pra mim; a diferença é que, agora, ele não é mais um punhado de letras nem a minha imaginação: é verdade, é real.

É estranho não ter citado o nome dela ainda, não é? Pois viva o que vivi. Já sabia quem ela era, e aguardei... agora não são mais imagens, são fatos.

Quero escrever tudo, cada detalhe, cada segundo, cada trejeito dela, cada toque, cada não-toque, cada sorriso, cada passo, cada não-sorriso, as gargalhadas, as vezes em que ela levou a mão a minha boca para me fazer parar de falar, as vezes em que ela não conseguia me olhar, as vezes em que ela me olhou, os beijos, os “...” (minha sogra vai me brigar s’eu escrever isso aqui), tanta coisa.... o rosto dela de manhã... antes da minha partida... O ROSTO DELA!!!!! AI!!!!!!

Ainda bem que as caravelas de regresso partiriam nos primeiros ventos da manhã. Se mais um pouco tardassem, teríamos morrido...

...

Com quantas vidas me brindarás, Fulana?

2 comentários:

Anônimo disse...

que liiiiindo!

(:

Flavia disse...

Se essa nau não seguisse logo o rumo... tinha gente que morria de amor...
Mas não é essa mesma distância que traz saudade e alimenta o amor?
Que 2008 seja um ano de sonhos reais pra vcs!


Bjs!