sábado, 7 de fevereiro de 2009

Da Maturidade

Olá.
23 de março de 2008. Essa foi a data do último post nesse blog. A bem da verdade, era. Heheheh... Ad summus.
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Desde o post anterior (sobre o umbigocentrismo) tento falar mais claro (primeiro a mim) sobre maturidade. Em verdade, tento viver em maturidade. Aproveitemos então os novos sabores a que nos expõe as novas regras gramaticais de nossa língua. Vejamos, primeiramente, leves opiniões...
De início, os contraditores das novas normas.
Em argumento, diz-se que as novas regras não são mudanças... espere. Espere aí.
Recomeçando.
[Pergunta em off: por que sempre acusamos a quem argumenta em termos diferentes dos nossos?]
Recomeçando, então.
Aos defensores das novas normas.
O argumento é que, Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste decidiram simplificar a grafia para unificar as regras. Unificar, nesse caso, traduz-se por incluir. Esse é o argumento: inclusão.
Para todos aqueles que estão lendo esse post agora (e tantos outros textos em português que constam da web) há algo essencial e obrigatório: conhecer a língua em que escrevo. Isso gera um contra-argumento (vogais iguais, separe por hífen): “mesmo com as diferenças atuais de grafia, é perfeitamente inteligível um texto em qualquer das duas regras oficiais (Brasil e Portugal)”. Isso está corretíssimo.
Solicito uma observação: se você, caro e paciente leitor, não dispusesse de um terminal para acessar a web, como faria para buscar conhecimento sobre aquilo que não sabe? (referência direta às Wikipages e Google engines). Sem um motor de busca, sem essa tração http://de:80 rodas, como faria para saber sobre tudo aquilo que um homem não pode lembrar?
Onde quero chegar? Olhe. Pense bem. Sigamos o desdobramento lógico a seguir e vamos senti-lo.
- Sou brasileiro. Sou alfabetizado. Com a alfabetização, fui incluído no mundo-das-coisas-que-ainda-não-conheço. Algo que aconteceu em 01 ano; meros dez meses dos 303 que já vivi. Isso são ridículos 3% do tempo de vida que registro hoje. Saber ler e compreender registros de todos os seres que viveram antes de mim me conduziram, por exemplo as equações não-lineares. Para chegar à tais equações, precisei aprender concomitantemente sobre embriologia animal, MRU, mol, Machado de Assis, revolução russa, monções, sistemas monetários e acumulo/distribuição da riquezas, diferenciação de culturas, (...) O maior lucro de todos ainda foi a convivência alterista. De tudo isso que citei, explicita que, graças – basicamente – a isso, hoje tenho uma agenda em frente a meu monitor, aberta entre os dias 8 e 9 de fevereiro (domingo e segunda-feira), atulhada de ações. Ações que garantem o recurso pecuniário para que eu continue agindo, aprendendo, acessando a internet, mantendo o terminal aberto, comprando livros... oh! veja só... comprando livros...
- O Brasil é signatário de vários acordos de cooperação para a alfabetização em países africanos. A não-normatização da língua escrita impede que esses acordos sejam executados a contento. A produção de obras conduz o acesso à tecnologia (e a própria) aos demais países.
Pensamento minimalista: “- Alterar a regra ortográfica não fará computadores aparecerem nas casas de angolanos ou de timorenses.”
Pensamento sistêmico: “- Hoje alfabetização; amanhã qualificação; depois graduação. Em todas as alternativas anteriores: vida verdadeira, vida de experimentação.”
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Um tanto perigoso. Refiro-me aos pigmeus-interpessoais, aos analfabetos-funcionais. Arvorando-se em hi society mental e negando aquilo que não se dignaram a reter o pensamento, destituem o direito e o prazer daqueles que constroem. Imagine você se, dentro de 50 anos não se morresse mais de cólera em São Tomé e Príncipe. Fruto da educação; fruto da estrutura, do que foi construído.
Dentro de pouco tempo, os países de língua portuguesa, terão um comércio maior de livros – literários e técnicos –, criando um mercado mais robusto (lucro, divisas financeiras para empreendedores) e o conhecimento chegará aos pontos que hoje encontram-se isolados (com conhecimento, ganhamos mais conhecimento – círculo virtuoso).
Você que ainda não sabe: aprenda a viver no mundo novo. Para ganhar, você deve fazer com outros ganhem. Você DEVE fazer outros ganharem.
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Um tanto “desabafo” esse post, não? hehehe... Ad summus.