Apenas como exemplo, o Homem Aranha é uma paixão incondicional pra muita gente. Incondicional porque o seu senso de dever é algo que, apesar de fictício, é extremamente palpável. Por mais que ele tenha errado ou erre ainda, nenhum dos fãs dele deixará de amá-lo. Há motivos pra esse incondicional.
Procurando na internet e no contato direto com outras pessoas, encontrei muitas paixões incondicionais. Não conheci ninguém que não tivesse uma dessas paixões, mesmo que a pessoa não a declare diretamente.
Paixão incondicional... que mistério esse...
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Nós temos sempre posturas diante dos acontecimentos. Sempre variáveis, mas sempre centradas em uma maneira comum para cada ser. Assim é que uns são tidos como pessoas de personalidade forte e outras não.
No entanto, um comportamento parece se repetir. Quando o objeto dessa paixão, desse amor é uma outra pessoa que se torna nosso cônjuge, o comportamento sempre é condicionador.
Com o super-herói d’uma história em quadrinhos, com o escritor de belos poemas, com grandes artistas musicais, com grandes literatos, enfim, com todas as paixões incondicionais dessa ordem o modus vivendi dessa paixão, desse amor parece se basear em uma característica simples: a impossibilidade que o objeto dessa paixão tem de nos ferir. Não, melhor: a impossibilidade da intenção malévola de nos ferir. Afinal, se um trecho de um poema ou conto nos diz que somos algo menor do que realmente somos, fica patente a não-intenção de nos atingir, já que nem somos conhecidos do autor.
Pobres são as vítimas do amor condicional. Essas pobres pessoas não podem ter ninguém pelo simples motivo de não serem tidos. E não são tidos por alguém pelo estúpido motivo do medo, da não entrega, do condicionamento. “Não me dou todo porque tenho medo dos espinhos que talvez hajam em ti...”. Argumento estranho, não?
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Amar o Homem Aranha, amar Machado de Assis, amar Herbert Vianna... tu entendes, não é? Em um livro, em uma música ou em qualquer contato indireto não há como ter alguém. Não há como se iludir. Ter alguém sem ser tido é utopia. Ninguém nos tem se não temos esse outrem; não temos ninguém se esse outrem não nos tiver.
Viva como quiser, com o que quiser, é claro; mas não tente se esconder atrás da paixão incondicional mais condicional de todas. “-Ei! Meu ídolo! Eu estou apaixonado incondicionalmente por ti! A única condição é a distância, que tu não te tornes real pra mim... não quero te perder... deixe que eu siga imaginando que nos temos... é tão bom quando não arrisco...”
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Veja aqui o que é o incondicional e tente, junto comigo, aprender a viver uma paixão, um amor em verdade: http://www.youtube.com/watch?v=QyOh5uVcNww
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Todo mundo busca alguém pra se entregar completamente, pra que conheça tudo o que há em nós, pra que possamos “morrer nos braços”. Quando estamos em vias de ter esse alguém, nos negamos a entrega. Temos absoluta certeza de que essa é a pessoa certa, mas... hum... bem... ainda não sei... não tenho certeza... vou esperar mais 4 ou 5 anos ou... ou mais 10 anos pra ter certeza absoluta de que perdi tanto tempo...
Seja covarde, se esconda atrás da desilusão, crie uma dessas paixões incondicionais totalmente condicionais e esqueça de viver a única coisa que é totalmente incondicional: a vida. Sim, por que a vida não tem condições...